quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Pena de morte e erro.




Olá amores!!!

Ontem no estado americano da Georgia foi executado por injeção letal
depois de 20 anos no corredor da morte, Troy Davis, 42 anos,
condenado pelo assassinato de um policial.
Eu até acredito que em determinados casos a pena de morte é válida sim,
mas o que me preocupa são os erros que a "justiça" possa cometer numa
dessas condenações.
O caso de Troy Davis é bem tipíco do que estou falando. Ele negou ter
cometido o crime, pediu inclusive para ser testado pelo polígrafo,
o que lhe foi negado, as provas que a promotoria apresentou são
circunstanciais, sete das nove testemunhas que no julgamento depuseram
contra Davis se retrataram de suas próprias declarações, e os defensores
do réu sustentam que este foi condenado por um delito que não cometeu.
Além disso, a Promotoria não pôde identificar nem a arma nem o motivo do crime.
Fora o fato de que o crime ocorreu na Georgia e o rapaz é negro, quem
conhece um pouco da história americana sabe do que estou falando.
Reclama-se muito de racismo no Brasil, deveriam visitar os estados do sul dos EUA.

O que me incomoda, e muito, são condenações como essa onde não houve
admissão do crime, e não se tem provas concretas da culpabilidade do acusado.
O que me incomoda é a lista de erros cometidos judicialmente e que me
perdoem os que discordam, mas condenações que são claramente racistas.
Vejam esses casos:
-Em 1980, o negro Cornelius Dupree Jr. foi formalmente acusado e
condenado a 75 anos de prisão por roubo, violação e homicídio
de uma jovem mulher branca.
Tudo se passou no condado de Dallas, no Estado do Texas.
Pelo mesmo crime, sobre a mesma vítima foi também condenado
Massingill Anthony, um indivíduo igualmente negro. Porém, os testes
de DNA recentemente realizados provaram que, nem
Cornelius Dupree Jr., nem Massingill Anthony foram os autores
do crime de que foram acusados e por que foram sentenciados.
Cornelius Dupree Jr. foi libertado mas, Massingill Anthony permanece na cadeia.

Todos os sistemas de justiça criminal são vulneráveis à discriminação e ao erro.
Nenhum sistema é, nem será,  capaz de decidir com justiça, com
consistência e sem falhas quem deverá viver e quem deverá morrer.
A rotina, as discriminações e a força da opinião pública podem
influenciar todo o processo. Enquanto a justiça humana for falível,
o risco de se executar um inocente não pode ser eliminado.
Muitos políticos apoiam a pena de morte apenas para conseguirem mais
votos; eles sabem que os eleitores desinformados e receosos pelos
níveis de violência são entusiastas de pena capital.
Os EUA são a única Nação do primeiro mundo onde a pena capital
ainda é aplicada e muitos tomam os EUA como exemplo a ser seguido,
 mas seria mesmo??? Os erros judiciais ocorridos nos mostram o contrário.

Acredito que determinados crimes e criminosos nos fazem pensar e
aceitar a pena capital, mas volto a dizer que para mim ela só seria
aceitável mediante a admissão de culpa ou no minimo com provas
incontestáveis de que o réu cometeu o crime de que é acusado.

No Brasil se fala muito em pena de morte mas, será que estamos
preparados para ela???
Será que o sistema judiciário brasileiro seria mais justo que o americano??
O código penal brasileiro é jurássico, cheio de falhas. Vivemos no país
onde se vc não tem dinheiro a sua defesa vai ser a pior possível, então
me pergunto novamente, estamos preparados para administrar
a pena de morte a quem quer que seja???
Fica aqui a pergunta, que cada um de vcs pare e pense nisso.

Tenham um bom dia amores.

Famke Grey.

Um comentário:

  1. o código penal não é tão jurássico houve atualizações dele, mais do que o código civil brasileiro, mas precisa ser revisto novamente. e com relação a morte do cidadão, bom nem é necessário dizer mais uma vez que nos EUA, precisamente no sul, o preconceito é berrante. não importa se a pessoa é culpada ou não, se for negra sempre será culpada de algo que não tenha feito, mas que possa ter passado pela cena do crime ou alguém fazer um reatrato falado sobre o mesmo. há filmes que mostram bem como é feito isso. como o preconceito apanha dimensões gigantescas.

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