quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Cristais quebrados.




Olá amores!!!


Hoje estou triste.
Sei que quem me lê não tem nada a ver com isso,
mas preciso escrever, tentar conectar meus pensamentos
e colocar pra fora um pouco deles.
Fui uma criança terrível, arteira, mas nada de diferente
das crianças da minha época.
Minha mãe faleceu eu tinha 14 anos e dois anos depois meu
pai se casou novamente.
Minha madrasta e eu hoje convivemos civilizadamente mas nem
sempre foi assim, devido ao meu temperamento e ao fato dela
na época ser jovem e sem filhos anteriores ao casamento com
meu pai, ela não soube lidar com uma familia já formada e com
costumes já enraizados e impôs a mim e ao meu irmão a maneira
dela ser. Meu irmão por ser uma pessoa de temperamento bastante
pacato e mais velho que eu soube lidar razoavelmente bem com a
situação mas eu do "alto" dos meus 16, 17 anos
me rebelei totalmente fazendo obviamente ela reagir e nossa vida,
minha e certamente a dela virou um inferno.
Com 18 anos e cheia de "razão" saí de casa achando-me dona da
minha vida e com um mundo inteiro a ser conquistado. Logo
descobri que não é bem assim que as coisas funcionam pq viver
só engloba liberdade sim mas tbm responsabilidades que eu não
estava preparada para assumir.
Passei por coisas que não desejaria a um inimigo (caso tivesse algum)
vivi situações que até hoje não sei como sai delas, passei
nescessidades, briguei muito comigo mesma e com os outros,
nunca parei pra pensar na dor que causei ao meu pai com as
minhas escolhas e atitudes até que me tornei mãe.
Quando temos filhos começamos a enxergar o outro lado da
moeda e descobrimos as dores e magoas que causamos aos
outros ao longo do caminho pq deixamos de ser filhos e passamos
a ser pais.
Sempre falei da minha vida com meus filhos, contei e muitas vezes
mostrei as coisas que passei para que se espelhando em mim eles
não cometessem os mesmos erros, só não pensei que se as coisas
fossem tão simples assim filho nenhum cometeria erros.
Finalmente minha ficha caiu.
Descobri que posso evitar que eles sofram algumas dores sim, mas nem todas.
Descobri que por mais que eu tenha me esforçado talvez não seja tão
boa mãe quanto tentei e pensei ter conseguido ser.
Descobri que meus erros passados não podem evitar os erros futuros deles.
Descobri que laços as vezes se desatam ainda que a gente não puxe as pontas deles.
Descobri que um coração pode se quebrar sim, feito um cristal.
Descobri que tenho realmente 49 anos e estou começando
a ultima parte da estrada pela qual todos um dia vamos passar,
alguns logo, outras mais tarde.
Estou me sentindo vazia, quebrada, como se algo dentro de mim
estivesse irremediavelmente rachado, mas sempre fui meio Fênix,
sempre me levantei do que achei que eram cinzas e sei que vou
me levantar de novo graças a este mesmo temperamento que me trouxe
até aqui ereta e forte.
Só queria dizer aos meus filhos que aconteça o que acontecer,
enquanto eu viver estarei aqui pra curar as feridas deles,
pra perdoar, acolher e amar, como nunca ninguem fez por mim.
Amo vcs. Sempre.

Cecí/Famke grey.

2 comentários:

  1. Eu ouvi falar de um amor o qual não se vê, nem toca, nem finda. Ouvi falar de um amor que de tão grande, passa, arrasta e explica todas as contra-razões de um passo mal dado e de um sorriso perdido. E esse tal amor, que não sei onde se esconde, pelo que dizem, dos sentimentos do mundo, é o mais completo, intenso, saudoso, temperado, doce, feliz. Por isso, quando vier me falar de amor, fale desse amor: o amor de uma mãe...

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  2. Lindas palavras, emocionante parabéns!

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